13 março 2009

A ocupação dos territórios do nosso coração masculino

OBS.: Esta mensagem, apesar do dia intencionado às mulheres, é destinada aos homens presos ao cativeiro de algum rabo de saia feminino.

Definitivamente não há como fugir. Estamos no meio de um conflito armado. Elas invadiram o nosso território, devastaram o acampamento onde nós estávamos refugiados, a batalha foi perdida antes mesmo de iniciada a guerra. Nós, homens, fomos obrigados a prestar continência, a obedecer às imposições delas e teremos de saciar todas as suas carências afetivas, de presenteá-las com brincos, vestidos, hidratantes e, principalmente, flores, muitas flores e chocolate.

Você, que é homem, já deve ter percebido. Nenhum de nós pode se libertar das amarras de uma mulher. Por mais que você dê uma de machão, negue, jure de pé junto que não tem nenhuma na cabeça, que é o único sobrevivente dessa emboscada feminina sobre nossa vida varonil, certamente você não passa de mais um pobre refém choramingando por um colo de mulher.
Já nascemos em meio a este combate e elas são as detentoras de todo o arsenal. Crescemos assim, fomos treinados por uma comandante, uma general impositora, mas também dedicada e leal à sua missão: nossa mãe. Com ela aprendemos a ser homens de verdade. Depois crescemos e outra tropa começou a espreitar o nosso território. Vieram as mulheres que foram treinadas para nos deixar malucos, para nos fazer subir paredes, e até chorar, às vezes. Essas possuem armamento pesado, a artilharia é sempre a mesma, mas é a quantidade de armas que nos apavora.

Elas surgem na selva da sua vida, quando você pensa que está livre de todos os perigos. Desestabilizam você com um perfume doce, do boticário, da natura, ou um bom francês. Deixam você chocado com um decote, com um corcelê, ou um top. Perturbam sua mente quando vestem aquela calça capri, ou aquele jeans decotado da Planet, da Ellus, da Diesel, Fórum, Zoomp (quanta marca!). Quebram você no meio quando calçam aquele salto fino, ou plataforma e pintam os lábios de um batom vermelho, ou escolhem um simples brilho com aroma de fruta. Não bastasse tanta pressão, elas ameaçam a sua integridade física e moral com a mais desconcertante arma: o olhar. Qualquer piscadela torna-se uma terrível intimidação, os cílios longos bem delineados são estarrecedores, porque o rimel é a munição. Ainda tem aquelas que esnobam seu poderio mostrando a barriguinha com um piercing, ao qual é impossível resistir. As academias de ginástica se tornaram centros de treinamento, onde elas preparam o corpo e a mente para a luta, ali em conjunto elas montam planos e estratégias.

Você toca o rosto dela e perde-se em meio a todos aqueles aparatos: o pó compacto, blush, gloss, base e ainda lápis de olho e sombra realçando a sensualidade dos olhos. Não dá pra ser forte. Pedimos remissão, clamamos por paz, mas mesmo assim temos o coração fuzilado. Morremos, só para mais tarde renascermos e morrermos de novo, infinitas vezes.

Não há resistência, já foi feita a ocupação dos territórios do nosso coração masculino. Mas precisamos confessar que não há fim mais desejado por um homem do que ter o coração raptado por uma mulher. Elas levam seu pobre coração para um cativeiro, põem uma mordaça nele e o cegam, o mais provável é que o torturem com carinhos, beijinhos e o façam gritar, gritar muito. O pior de tudo é que elas vão morder, cheirar, amassar, beliscar seu coraçãozinho todo, e quando você tiver a chance de libertá-lo, ele não sairá de lá nem morto. Elas podem até querer expulsá-lo, mas você verá que ele já estará servindo o esquadrão delas, viverá para satisfazê-las, seu coração será um soldadinho tolo e só conseguirá sair de lá se for raptado por outra tropa.

Esta é uma guerra a qual nenhum homem quer sobreviver, pois todos anseiam pela salvação e sabem que o melhor é deixar-se morrer debaixo de um bom rabo de saia. O que podemos fazer? Nada!
Estamos perdidos! Então, vamos morrer e morrer e morrer... Nossas inimigas sabem como nos
vencer, e não há nada melhor do que morrer feliz.

2 comentários:

leria:* disse...

eu queria saber,se ja ti colocaram em um cativeiro?
e se você se entregol com fasilidades?
e sobri o texto e muito lindo adorei saber a opinião de um homen sobri as armas de uma mulheris
bj leria:*

LILI disse...

NOSSA!!!

ótimo texto!!!

parabéns....e bem real!

Quem sou eu

Sou o que ninguém sabe e o que todo mundo conhece ou cobiça saber. Não me compreendem porque não me entendem. Não me entendem porque não me compreendem. É fácil. Se há certeza, é a duvida de tudo. Se há dúvida, é a certeza apavorante de não saber nada disso, nem daquilo, nem de coisa alguma. Não sou paradoxo, nada de versos sobre minha exatidão, sou imprecisão exata, abstração concreta, sou eu, só eu tão mim-mesmo. Se me queriam outro, por que procuram-me? Procurem outro, ou escavem esse outro em mim, tenho milhares de mins num eu. Ora, sou matéria palpável e dita de um absurdo impalpável e indizível. Só me entende quem não me quer entender. Não sou resposta, já disse, nem tenho respostas, sou a pergunta aberta e fria que nunca cansa de ser dúvida, que não cessa da convicção de não saber quem sou.
"A vida inteira estive em tudo como um deus, eu era todas as coisas de uma só vez, era a prece e a sentença, a entrega e a perdição, as juras e todo o pecado. A vida inteira cabia em mim porque eu era a vida inteira dentro de mim, até perceber que eu faltava a mim... perdi tudo sem nunca ter tido coisa nenhuma".