02 junho 2008

Três prêmios no FEMUC - Festival de Música Castanhalense, incluindo melhor música no voto popular. Conheça a letra abaixo, vídeo da apresentação ao vivo:
www.castanhal.pa.gov.br/lnk_femuc_videos.php

VOCÊ
Você é aquela que fica toda vez que passa,
a sensação do abandono sempre presente.
A paz que tumultua os sonhos e os desejos
A voz que diz verdades iludindo...
Você é o texto que calou minhas palavras,
a poesia no abismo do silêncio.
Você é a canção que acalma o corpo e atormenta a alma.

REFRÃO
Amo você mesmo assim,
tudo o que eu nunca tive e perdi.
Amo você,
minha vontade de ir e ficar,
tudo que me resta
e tudo que me falta.
Amo você,
cada momento que se foi
e eu não vivi,
coisas que são ditas no silêncio do olhar.
Amo você, não há saída,
E caso houvesse escolheria ficar.

Você é aquela que nunca esteve aqui,
E a única que não me sai
Você é apenas o dia de amanha feito lembrança.
Você é a ameaça da solidão, o descuido comigo mesmo,
O pecado que vicia e causa prazer,
o castigo sem motivo aparente,
Você é o caminho até lá
é também a convicção de nunca estar lá.

Sou aquele que ao se perder
sente-se achado.
Eu me perco na sua boca que me olha
Eu me perco nos seus olhos que me beijam.
Seus passos caminham nos espaços da minha dor
Eu vejo o tempo muito a frente
Na minha face, na minha mente
Eu vejo a gente tão diferente:
A vida pressente
o menino cresceu e não mudou o que sente.


“Todos somos iguais na dor e na ausência
amor é apenas um poder ser que não é,
uma vitória perdida...
O amor entrelaça desejos,
estreita caminhos,
rega nossas almas
aduba nossas paixões,
mas o amor que é ar
também sufoca...
dispersa a vida,
confunde a cabeça...
é a liberdade que aprisiona
a razão que enlouquece...
Amar é atitude inesperada do espírito,
Você precisa dizer o amor a quem ama
Não grite, fale baixinho,
Amor é algo que não pode ser arquivado pelo silêncio”

Quem sou eu

Sou o que ninguém sabe e o que todo mundo conhece ou cobiça saber. Não me compreendem porque não me entendem. Não me entendem porque não me compreendem. É fácil. Se há certeza, é a duvida de tudo. Se há dúvida, é a certeza apavorante de não saber nada disso, nem daquilo, nem de coisa alguma. Não sou paradoxo, nada de versos sobre minha exatidão, sou imprecisão exata, abstração concreta, sou eu, só eu tão mim-mesmo. Se me queriam outro, por que procuram-me? Procurem outro, ou escavem esse outro em mim, tenho milhares de mins num eu. Ora, sou matéria palpável e dita de um absurdo impalpável e indizível. Só me entende quem não me quer entender. Não sou resposta, já disse, nem tenho respostas, sou a pergunta aberta e fria que nunca cansa de ser dúvida, que não cessa da convicção de não saber quem sou.
"A vida inteira estive em tudo como um deus, eu era todas as coisas de uma só vez, era a prece e a sentença, a entrega e a perdição, as juras e todo o pecado. A vida inteira cabia em mim porque eu era a vida inteira dentro de mim, até perceber que eu faltava a mim... perdi tudo sem nunca ter tido coisa nenhuma".